Voltando a nossa série de artigos sobre as diferentes giras de Umbanda, considerei aproveitar que estamos no mês de abril para falar da gira dos mensageiros de Ogum.
Sempre lembrando que na Umbanda não se “recebe” o próprio Orixá e sim seus mensageiros, espíritos de nossos ancestrais, por isso o termo “mensageiro” de Ogum. Alguns terreiros os chamam de caboclos de Ogum, mas prefiro “mensageiro”, pois mesmo sabendo que em alguns casos são caboclos Rompe-Mato, guerreiros de tribos antigas, também compreendemos que muitos foram soldados em exércitos da antiguidade.
É porque o orixá Ogum (sincretizado com São Jorge) é o orixá das batalhas e, portanto, é natural que os espíritos que sintam afinidade com a personalidade de batalhadores, guerreiros, defensores da lei e ordem, encontrem nessa vibração o seu lugar para ajudar aqueles que os procuram na Umbanda.
Se o caboclo de Oxóssi é o médico, o mensageiro de Ogum é o soldado.
Se no colo dos nossos vovôs e vovós (Pretos Velhos) encontramos o carinho, o cuidado, o mimo misturado a doces palavras de bálsamo e aconselhamento, é nos braços do soldado de Ogum que encontramos segurança para enfrentar as batalhas da vida, é nas palavras duras de um pai enérgico que encontramos não aquilo que QUEREMOS ouvir, e sim o que PRECISAMOS ouvir.
São exímios provedores de mudanças, se você precisa mudar algo na sua vida, é pedindo aos mensageiros de Ogum que obterá êxito.
São entidades de uma postura austera, podem se apresentar vestidos como soldados romanos, templários, guerreiros indígenas, mas sempre com uma fisionomia forte, até um pouco dura, que acompanha um coração corajoso, cheio de vontade de ajudar aquele que seja merecedor de tal auxílio.
Por Pai Alexandre Falasco