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domingo, 29 setembro, 2024

Cresce o número de mulheres estudando no Senai

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Em busca de profissão, garotada vai à luta e procura o Senai, antes ambiente tipicamente masculino

A escola Senai Alexandre Siciliano chegou a Jundiaí em 1º de maio de 1944. Na época, ficava no bairro da Vila Arens, em 1961 que o Senai foi transferido para o Anhangabaú – bairro no qual está até hoje. Apesar dos 73 anos desde a inauguração, somente em 1994 – 50 anos depois – é que o Senai Jundiaí viu sua primeira aluna matriculada.
Hoje a realidade da escola é outra. De 1994 para cá, estudantes do sexo feminino chegam a representar 10% no quadro de alunos. De acordo com o coordenador pedagógico do Senai Jundiaí, Paulo Borges, o número pode parecer pequeno, mas chama a atenção se levar em conta a natureza dos cursos ofertados pela unidade.
“Em nossa escola não possuímos cursos nos segmentos têxtil e alimentício, que normalmente são mais procurados pelas garotas. Mas isso também vem mudando, hoje é possível encontrar tanto garotas cursando mecânica quanto garotos na área têxtil”, explica.
A transformação se deve ao fato de atualmente o mercado de trabalho estar quebrando os preconceitos que havia há décadas, de que existem trabalhos para homens e para mulheres. “As empresas hoje já não possuem essa restrição quanto ao sexo para determinada funções, aliás tem empresas que até dão preferência às garotas”, afirma o coordenador, que ainda pondera. “É claro que ainda é possível encontrar resistência por parte de algumas empresas, mas creio que aos poucos esse preconceito caia por terra”.
As alunas Letícia França e Lívia Garcia confirmam a mudança, mas não negam ter sofrido relutância por parte da família. Letícia optou por fazer o curso em eletroeletrônica, pois no futuro pretende se graduar em engenharia mecatrônica. “No começo meu pai ficou receoso quanto ao curso que escolhi, mas aos poucos foi se acostumando com a ideia”, conta Letícia.
O caso da Lívia, que cursa ferramentaria de moldes para plásticos, foi o contrário – a mãe é que ficou relutante quanto a escolha da filha. “Minha mãe trabalha na área de estética e acho que pensava que eu seguiria na mesma área. No começo foi bem difícil para ela aceitar, mas meu irmão ajudou a tranquilizá-la”, explica.
Para Letícia, a maioria dos julgamentos sofridos partem de pessoas de fora da escola – como em casa – e que o convívio com os garotos e professores se dá de maneira tranquila. “Eu vejo o preconceito mais lá fora do aqui dentro da escola. Aqui convivemos numa boa com os meninos, ninguém faz piada ou fica implicando com alguém”.
Segundo o coordenador, sempre houve preocupação por parte da instituição em oferecer um ambiente igual e com cada vez mais presença das garotas na unidade, a cultura agora é outra. “Dentro do programa pedagógico do Senai existe o cuidado de transmitir a ideia de respeito aos alunos e alunas. Outras unidades da rede já iniciaram o debate sobre a questão de gênero tão pertinente hoje em dia. Ainda não é o caso de Jundiaí, mas já estamos nos preparando para mais transformações no futuro”.

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