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segunda-feira, 7 outubro, 2024

Editorial: A alegria que se desfaz

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Quem viu, viu, e que não viu vai demorar para ver de novo – o Hopi Hari quebrou. Tavez volte a funcionar no próximo ano. Assim como o Play Center, havia se tornado um centro de diversão para crianças e adolescentes. E assim como o Play Center, cometeu os mesmos pecados. Foi a lição esquecida ou não aprendida. Foi o exemplo que não foi observado.
Play Center e Hopi Hari tinham uma coisa em comum – o exagero nos preços. Ficava caro demais às famílias levar seus rebentos para algumas horas de diversão em brinquedos que nem sempre funcionavam. O Hopi Hari, pra complicar, tem em seu currículo uma morte, provocada pelo mal funcionamento de um de seus brinquedos.
Assim, acabam-se os parques. Ou melhor, sobra um, o Wet´n Wild. Por enquanto. Sua frequência não é mais a mesma de anos anteriores. Tal como o Play Center e Hopi Hari, o Wet´n Wild também exagera nos preços.
Há quem diga que a política de preços desses parques é baseada em índices internacionais. Mas aqui não é a Disneylândia, que também está como menos visitantes por causa da falta de dinheiro em geral. E comparar Disneylândia com essa turma é absurdo.
Há algumas décadas existiam os parques mambembes, aqueles que “corriam trecho”. Faziam breves temporadas em cada cidade, e só ficavam tempo maior se a freguesia se justificasse. Eram parques modestos, com balanças em forma de barcos, roda gigante, chapéu mexicano, barracas de tiro ao alvo e o consagrado carrossel.
Parques antigos tinham ainda um serviço de som, formado por amplificadores à válvula e ouvido pelas cornetas instaladas nos lugares mais altos. Nele se anunciava as atrações, e nele também se oferecia música. Tinham locutores de voz empostada, beirando o ridículo, que anunciavam que “esta música é oferecida à moça de saia vermelha e blusa cor de rosa que está ao lado da roda gigante”.
Nos tempos em que tinha juízo, Gilberto Gil apresentou a música Domingo no Parque num dos festivais da Record. Retratava bem o que acontecia num parque de diversões, embora a história fosse trágica.
O que aconteceu com Hopi Hari e Play Center não tem nada de tragédia. É uma soma de muitos erros, que começaram na administração, na estratégia de atrair clientela, passou pelos preços exorbitantes e pela ignorância do gosto do público, e terminou com o fechamento de ambos.
Nesse mundo de diversões não existe margem para erros – ou é bom ou não é. Ou é caro ou é barato. Ou agrada o público ou desagrada. A promessa do Hopi Hari é manter algumas de suas atividades – as mais baratas – e de reabrir outras coisas no ano que vem. Espera-se que o parque tenha aprendido a lição. Se não aprenderam, melhor deixa tudo fechado.

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