19.4 C
Jundiaí
sexta-feira, 29 março, 2024

Todos nós somos bancários

spot_img

Há quarenta anos, famílias se orgulhavam de ter filhos trabalhando em bancos. Se fosse no Banco do Brasil, enttão, era o máximo. Mas isso num tempo em que se apanhava uma ficha para atendimento, que a conta corrente era feita à mão, e que o gerente do banco era uma autoridade, só precedida de importância pelo prefeito, pelo padre e pelo delegado. Atrás dele, em importância, só o gerente das Casas Pernambucanas.
Mas as coisas foram mudando. Na década de 1980, os bancos perceberam que os bancários faziam greve e que davam prejuízo, e trataram de apressar a instalação de caixas eletrônicos. Foi um período de muitas demissões, que ainda não terminou. As máquinas foram aperfeiçoadas, novos sistemas foram implantados, e os bancários perderam boa parte de sua importância.
Na última greve, por exemplo, não fossem as faixas anunciando que havia greve, pouca gente iria perceber. Nos dias de hoje, nós, os correntistas, somos os bancários. Recebemos um cartão com chip e somos obrigados a decorar senhas e aprender a mexer nessas máquinas nem que seja na marra.
Depósitos, transferências, pagamentos, são feitos por celular, de qualquer lugar do mundo – mas isso só quando o celular funciona, coisa meio rara, principalmente com os da Vivo. De casa, qualquer um consegue movimentar suas contas via Internet. Nem a via impressa dos boletos é mais necessária – tudo é digital.
Com tudo isso, ainda há dirigentes de sindicatos bancários que não entenderam essas mudanças. Continuam com o mesmo discurso de antanho, exigindo salários, participação nos lucros dos bancos (que não são pequenos) e ameaçando greves a cada emperrada em negociações.
A sugestão é que nas próximas campanhas dos bancários sejamos incluídos. Nós, correntistas, também queremos nossa parte. Somos nós que trabalhamos, que decoramos senhas, que passamos tempo em frente a computadores e caixas eletrônicos. Queremos também participar dos lucros, ganhar cesta básica, vale-transporte e quem sabe um salário mensal. Seria uma campanha nunca vista – quase todo o Brasil ao lado dos sindicatos. Haja anarquia.

Novo Dia
Novo Diahttps://novodia.digital/novodia
O Novo Dia Notícias é um dos maiores portais de conteúdo da região de Jundiaí. Faz parte do Grupo Novo Dia.
PUBLICIDADEspot_img
PUBLICIDADEspot_img

SUGESTÃO DE PAUTAS

PUBLICIDADEspot_img
PUBLICIDADEspot_img

notícias relacionadas