19.5 C
Jundiaí
quinta-feira, 28 março, 2024

Sobra de água atrai mais paulistanos para Jundiaí

spot_img

Reportagem da revista Veja mostra Jundiaí como um oásis em meio à crise de água no Estado
P rimeiro foi a revista Época, do grupo Globo, que mostrou a fartura de água em Jundiaí. No final de semana passado a Veja voltou à carga com uma reportagem bem grandinha até, com o título: Jundiaí, a cidade onde não falta água. E isso deverá atrair mais paulistanos para a cidade, cansados do racionamento imposto à Capital.
De fato há água suficiente, mas não sobrando. Há muito tempo a cidade se preparou para suprir o abastecimento. No início dos anos 1970, o então prefeito Walmor Barbosa Martins iniciou uma conversa com o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) para trazer água do Rio Atibaia.
Explicando: a represa da DAE, na Vila Hortolândia, é abastecida pelo Rio Jundiaí-Mirim. O que Walmor queria era tirar água do Atibaia, e por meio de uma adutora, jogar essa água no Jundiaí-Mirim. A outorga (uma licença para retirar a água) foi conseguida em 1975. O prefeito, na época, era Íbis Cruz, que tinha um forte padrinho político, o então ministro todo-poderoso Delfim Neto.
Na época, havia uma única represa, chamada de captação. É aquela que pode ser vista da rodovia Geraldo Dias. É uma represa rasa, cuja profundidade não passa de um metro. Nos anos 1990, passou a ser construída outra represa, acima dessa, onde hoje está o Parque da Cidade. E é grande: pode armazenar mais de oito bilhões de litros de água, suficientes para abastecer a cidade durante dois meses, mesmo se o Jundiaí-Mirim secar de vez. O plano da DAE é aumenta-la ainda mais, para nove bilhões de litros.
Com tanta água, a DAE não quer saber de brincadeira. Em campanhas educativas, continua pedindo à população para economizar, evitar o desperdício, consertar vazamentos. Mas não está multando. “Optamos por educar”, diz o presidente da DAE Jamil Yatim. “Temos água para dois meses, não para cinquenta anos”, completa.
Mas essa expectativa de felicidade está animando algumas imobiliárias. Corretores afirmam que muitos paulistanos estão procurando Jundiaí por causa da oferta de água. Alguns querem alugar imóveis, outros já pensam em comprar e ficar por aqui de vez. Moral da história: se a procura aumentar de fato, os preços já estratosféricos vão subir ainda mais.
Poderia ser ainda melhor a situação da cidade. O engenheiro Ruy Luiz Chaves, que comandou o DAE (na época era autarquia, hoje é S/A) de 1983 a 1989, previa a construção de quatro represas na cidade. Ruy era um daqueles engenheiros visionários (era formado pela Politécnica da USP), e entendia que a água era um delimitador de desenvolvimento das cidades. Hoje ele dá seu nome à sede da DAE, na Vila Hortolândia.
Paulistanos interessados em Jundiaí levam em conta outro fator: Jundiaí não tem racionamento e a água não é só suficiente para abastecer seus quase 400 mil habitantes, como ainda comporta duas gigantescas fábricas de refrigerantes, a Coca e a Pepsi-Cola – ironicamente uma de frente para a outra, na rodovia Dom Gabriel. Há ainda outras indústrias que utilizam muita água, como as menores de refrigerantes (caso da Ferráspari), tinturarias e lavanderias industriais.

Novo Dia
Novo Diahttps://novodia.digital/novodia
O Novo Dia Notícias é um dos maiores portais de conteúdo da região de Jundiaí. Faz parte do Grupo Novo Dia.
PUBLICIDADEspot_img
PUBLICIDADEspot_img

SUGESTÃO DE PAUTAS

PUBLICIDADEspot_img
PUBLICIDADEspot_img

notícias relacionadas