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sexta-feira, 19 abril, 2024

Palavra do delegado: Jundiaí tem vereadores demais

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Vereador em segundo mandato, Paulo Sérgio Martins acredita que onze vereadores seriam suficientes
O delegado Paulo Sérgio Martins foi assunto de boa parte da imprensa nas últimas semanas por colocar na cadeia um grupo de pichadores. Seria coisa comum não fosse a forma: os vândalos foram filmados e indiciados em inquérito, pela primeira vez, por associação criminosa, e não só por crime contra o meio ambiente.
Quatro foram presos e três continuam no xilindró. Um deles, conhecido no meio da pichação como “Dona Maria”, filhinho de papai e boa vida, pagou dez mil reais de fiança e foi solto. Essa forma tem tudo para ser adotada por outras cidades que, tal como Jundiaí, são vítimas de quem gosta de fazer sujeira em muros e paredes.
“A associação criminosa substitui o antigo artigo da formação de quadrilha – explica o delegado, e isso pode dar até oito anos de cadeia. Como crime contra o meio ambiente, seriam três meses a um ano, normalmente convertidos em cesta básica ou prestação de serviços à comunidade”.
Delegado com curso na Swat, está há 25 em Jundiaí, onde já passou por todas as delegacias. Atualmente está no 1º DP, uma área problemática, o centro da cidade. Problema que enfrenta: prostituição de mulheres e travestis. “A prostituição não é crime. Crime é sua exploração – afirma Paulo Sérgio. Por isso insisto em maior fiscalização nos hotéis de alta rotatividade no centro, e se for o caso, seu fechamento. Prostituição é mais um problema social do que de Polícia”.
Mas não é só nas delegacias que Paulo provoca polêmicas ou inova. Eleito vereador em 2008, chegou à Câmara causando. Conseguiu aprovar um projeto que tornava aberto o antes voto secreto quando dos vetos do prefeito. Movimentou sua irmandade inteira, a Maçonaria, para pressionar a aprovação, não tão bem vista por outros colegas de Câmara.
É contra o aumento de salários para vereadores. “Não tem essa de ser proporcional ao salário dos deputados, diz ele. Tem de seguir o aumento do funcionalismo público”. E vai mais longe: Jundiaí tem vereadores demais, 19. Onze seriam suficientes”.
Paulo é também o presidente do PPS em Jundiaí, mas nunca participa de reuniões sozinho. “Não sou dono do partido”, afirma. E o PPS está num bloco de partidos que pensa seriamente em lançar candidato próprio à prefeitura em 2016. Com o PPS estão o PSB, o PV e o Solidariedade. Com ressalvas: “o presidente do PSB, Oswaldo Fernandes, está mais para secretário do PSDB; ele não aderiu às propostas do PSB”.
Para tirar o estresse, Paulo frequenta o Facebook. Não faltam brincadeiras, como montagens fotográficas, desafios e ironias. Mas garante que isso não tira o respeito como delegado nem como vereador. “Além das brincadeiras, é um canal de comunicação com a população, diz ele. É por ele que chegam sugestões, críticas e reclamações. E como meu eleitorado é bem diversificado e espalhado pela cidade, nada melhor que a rede social para haver essa comunicação”.
Vai mais longe. Acha que o homem público deve se expor, mostrar se trabalha. Mas Facebook, para ele, não é só isso. Muita coisa é investigada pela rede social. Pichadores, por exemplo, gostam de mostrar a sujeira que fazem.
Como delegado, ajudou a terminar rebeliões e sequestros- em Jundiaí, 99% foram resolvidos. E foram as rebeliões e sequestros que mais o impressionaram na carreira. Mesmo assim confessa que o trabalho na Câmara é mais desgastante. E, voltando ao Facebook, Paulo lança um desafio nesta semana: que os amigos adivinhem com qual fantasia vai aparecer no desfile do Refogado do Sandi. Só não vale apostar.

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