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quinta-feira, 28 março, 2024

Nos cinemas, uma ode à libido

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50 Tons de Cinza – que virou trilogia literária – chega aos cinemas. Um quinto da história é puro sexo
O discurso é bonito, mas a realidade é outra. 50 Tons de Cinza, um dos fenômenos recentes do mercado de livros, agora é filme, e chega aos cinemas do Brasil com uma promessa, segundo seus divulgadores: acelerar a liberação sexual feminina (como se houvesse mais alguma coisa a ser liberada) e apimentar a relação entre os casais.
Não só aqui. No mundo todo o filme, que custou 40 milhões de dólares (e nem precisava tanto), teve reserva de ingressos, nos Estados Unidos, de 60 milhões só para o primeiro fim de semana de exibição. Em revistas e jornais, não faltam depoimentos de mulheres afirmando que a vida sexual e doméstica mudou depois de ler o livro.
Por que mulheres? Porque, tanto o livro – ou melhor, os três livros – foram feitos de encomenda para o público feminino. Sua autora, a inglesa E.L. James, hoje com 51 anos, conta uma história banal, mequetrefe, mas recheada de sexo e algumas perversões. Ficou milionária. Em um mês e meio vendeu 10 milhões de exemplares. Hoje são mais de 100 milhões. E traduzida para 51 idiomas.
Os livros (50 Tons de Cinza, 50 Tons mais Escuros e 50 Tons de Liberdade) e o filme estão ajudando muito a indústria pornográfica e os fabricantes de produtos eróticos. Os “brinquedos” mostrados no filme ou descritos nos livros passaram a vender horrores. A mulherada gostou do que leu e do que ainda verá.
Segundo a pesquisa NetView, da Nielsen Ibope, do total de 15,5 milhões de brasileiros que navegaram em sites adultos em dezembro de 2014, 25% eram mulheres. À procura de que? Acertou. Sexo. Boa parte delas ainda acredita que basta uma lingerie sensual para despertar o furacão dentro do parceiro.
Como cinema é uma indústria de ilusões, 50 Tons segue a regra. Uma lingerie, uma máscara ou um chicotinho nunca serão suficientes para despertar a libido se o casal passar o dia brigando, se a mulher for relaxada ou chata. O cérebro humano não tem chave de liga-desliga. Mas ir ao cinema pode ser uma forma politicamente correta de ver pornografia.

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