Eucatex admite ter feito despejo químico no Rio Jundiaí

Segundo a empresa, foi o primeiro acidente em 63 anos, e lamenta a exploração política do caso
No sábado passado (14), moradores de Salto notaram uma tinta branca no Rio Jundiaí, que já está despoluído quase que totalmente. Um dos moradores procurou a Comissão do Meio Ambiente da Câmara dos Vereadores e fez a denúncia. Os vereadores foram até lá conferir o estrago, e avisaram que fariam a denúncia do Ministério Público.
Curiosamente, onde houve o vazamento de produto químico é o mesmo onde, em dezembro passado, apareceu a espuma rosa. Em janeiro deste ano, novamente apareceu essa espuma. A explicação marota da prefeitura era que essa mudança de cor se dava por causa dos frutos de uma espécie de cacto cair na água (conta outra).
Na segunda-feira (16), dois funcionários da Eucatex foram ao local fazer a limpeza do rio. Numa nota oficial, a Eucatex afirma que 100% do que foi despejado – 250 litros de resina emulsionada – foram retirados, como se a correnteza não tivesse levado nada.
A nota da empresa, oficial, é a seguinte: “No sábado, dia 14 de fevereiro de 2015, houve um vazamento por acidente de aproximadamente 250 litros de resina emulsionada no Rio Jundiaí. Este foi o primeiro acidente que registramos nos 63 anos de atuação e informamos que 100 % do volume do vazamento já foi retirado do rio.
Gostaríamos de nos desculpar com a população e informar que estamos fazendo nosso melhor e providenciando investimentos imediatos para evitar que este incidente se repita. Movimentamos uma grande parte dos nossos colaboradores e parceiros a fim de resolver definitivamente a situação. Lamentamos, no entanto, a exploração política do assunto que nada beneficia a população”.
Exploração política ou não, acidente ou incidente, o fato é que despejando produto químico no Rio Jundiaí, a empresa atrapalha todo o trabalho de outras prefeituras, da Cetesb e da Sabesp para deixar o rio limpo para que suas águas possam ser aproveitadas, principalmente num momento como o atual, onde água virou ouro.
Talvez a empresa não tenha também acordado para outros tempos. Agora todo mundo tem máquina fotográfica ou celular, as redes sociais divulgam em tempo real o que está acontecendo, e a consciência de conservar o ambiente é bem maior que os últimos 63 anos da empresa na cidade.