Despenca a popularidade de Dilma. E ela vai à TV

Os marqueteiros entenderam que a presidente precisa falar ao povo, mas só depois do Carnaval
Depois de rasgar todas as promessas feitas durante a campanha, no ano passado, a presidente Dilma Roussef está em baixa: se fosse candidata hoje, não seria eleita. O Datafolha pesquisou quatro mil eleitores em 188 cidades no começo do mês, e a conclusão é a esperada: 44% dos entrevistados reprovam Dilma, e só 23% acharam seu governo ótimo ou bom. Os que acham que ela está regular são 33%.
Para 46% dos eleitores ouvidos pelo Datafolha, Dilma mentiu durante a campanha eleitoral do ano passado. Outros 14% acreditam que a então candidata falou apenas mentiras durante o processo. 43% a responsabilizam diretamente pela roubalheira na Petrobras. A pesquisa mostra ainda que 47% dos brasileiros consideram a presidente desonesta, 54% a consideram falsa e 50%, indecisa.
Mesmo com as margens de erro de pesquisas, a situação de dona Dilma não é nada boa. Muita gente entende que ela sabia da roubalheira, mas deixou tudo continuar como estava. Outros apontam a corrupção como principal causa dos problemas do país.
Alckmin – O governador paulista Geraldo Alckmin ainda está nas graças do eleitorado. O mesmo Datafolha mostra que outra pesquisa dá 38% de aprovação a ele. No ano passado estava melhor – 48%. Ruim ou péssimo mereceu nota de 24% dos pesquisados.
E em meio a essa barafúrdia, os marqueteiros de plantão em Brasília aconselharam dona Dilma ir à televisão fazer o que se chama “pronunciamento à nação” – uma coisa mais chata que o horário eleitoral. Nesse pronunciamento (é obrigatório a todas as emissoras de TV), Dilma vai explicar o inexplicável.
Serão palavras doces para amansar o eleitor. Aumento de preços em tudo, por exemplo, deverá ser chamado de realinhamento. Aumento da gasolina, adequação ao mercado – coisa que é mentira, uma vez que no mundo inteiro a gasolina caiu de preço, e só aqui subiu. Mas não faltará claque para mais esse discurso. Ou cantilena.