Várzea quer gastar R$ 3,5 milhões para varrer escolas

Por enquanto a farra está suspensa. Mas no último dia 19, véspera de feriado, estava marcada a abertura das propostas de uma concorrência milionária: um contrato de R$ 3.491.017,00 para o serviço de limpeza e conservação de áreas externas de 12 escolas de Várzea Paulista. Era o pregão presencial 23/2014, que poderia ter sido encerrado em agosto.
O negócio não foi pra frente porque um vereador, o professor Luciano Braz Marques, questionou a história no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que deu prazo para a prefeitura se explicar. Na representação, Luciano mostra que nem todas as escolas seriam limpas pela empresa – as vinte que ficaram de fora continuariam com vassouras e rodos dos próprios funcionários da prefeitura.
É uma conta cruel. Equivale a gastar quase 300 mil reais por ano com cada escola. Levando-se em conta que as aulas acontecem durante nove meses no ano, seriam R$ 32 mil por mês – e levando-se em conta que são 20 dias letivos por mês, R$ 1.600 por dia. Um salário que é o sonho de qualquer faxineira.
No edital, havia ainda outra exigência – a empresa que ganhar a concorrência precisa colocar 55 funcionários nessas escolas, ou seja, quase cinco funcionários por escola.
Pra complicar: a limpeza que estava para ser contratada seria só para a parte de fora das escolas. As salas de aula, refeitório, cozinha, sala dos professores e pátios seriam limpos por funcionários da prefeitura, ou, quem sabe, por outra empresa.
As compras da Secretaria de Educação da cidade não são criticadas somente agora. No começo do ano a secretaria comprou mais de R$ 2 milhões em DVDs para distribuir às escolas da cidade. Juntando com os gastos do novo viaduto, que o prefeito Juvenal Rossi insiste construir, a conclusão é que está sobrando dinheiro na prefeitura, embora Juvenal viva chorando sua falta.