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sexta-feira, 19 abril, 2024

Por que aqui tantos bebês nascem de cesáreas?

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Hora do parto: As mães preferem, os médicos incentivam, e maioria nasce em cirurgias desnecessárias
O número de partos por cesarianas está aumentando e chega a preocupar organizações médicas. Uma pesquisa da revista Crescer mostra que 81% das mulheres quiseram ter seus filhos dessa forma. Forma prática para a gestante, mais prática e rentável ainda para os médicos que a fazem.
Ficaram tão banais que na pesquisa da Crescer 58% das mulheres nem chegaram aos sintomas (contrações) do parto. Tudo com hora e dia marcados. Para a gestante, um certo conforto de planejamento. Para os médicos, também o conforto da hora marcada e um dinheirinho a mais em caixa – a maioria cobra “por fora”, mesmo o SUS pagando o procedimento.
Para muitas mulheres que participaram da pesquisa (1856), a cirurgia, mesmo recomendada pelo médico, não era realmente necessária. A situação é preocupante. O parto normal, segundo estudos internacionais, oferece menos riscos para a mãe e o bebê.
Esse levantamento coincide com outros. A Fundação Oswaldo Cruz, por exemplo, fez estudo com 23 mil mulheres em 191 cidades – o resultado é alarmante. 88% dos bebês nascidos em hospitais particulares foram por cesarianas. Na rede pública, onde são mais comuns os partos normais, a porcentagem cai, mas preocupa também. São 52% dos partos por cirurgia, o triplo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
Alguns médicos alertam para os riscos, como o bebê estar ainda imaturo, a possibilidade de hemorragia e infecções, ou mesmo pequenas complicações pós-parto. Até o final do ano, os convênios serão obrigados a distribuir carteirinhas de pré-natal às gestantes, a informar quantos partos e cesáreas cada médico associado já fez e a exigir o partograma (um documento com os detalhes do trabalho de parto) como pré-requisito para o pagamento. “Com essas medidas, as operadoras podem verificar se cesáreas foram feitas sem indicação”, diz Martha Oliveira, uma das diretoras da ANS (Agência Nacional de Saúde).
Alguns lugares estão treinando médicos para os partos normais. No Hospital Albert Einstein, por exemplo, há até um robô, a Lucina, que faz o papel da mulher nessa hora. O treinamento é feito em parceria com o Ministério da Saúde, e logo deverá ir a outros hospitais. Bons tempos aqueles das parteiras.

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